Sonhamos e ousamos perseguir a utopia, e olhe que estávamos em plena década de noventa, no auge da decantada democracia de mercado, da globalização neoliberal, do estado mínimo, do fim da história. Parecia que caminhávamos na contramão, que remávamos contra a maré.
Na campanha eleitoral de 1994 nos comprometemos em dar uma cambalhota nos vícios e maus costumes da política, que iríamos aplicar o dinheiro público com transparência, que incluiríamos todos os habitantes do Amapá em um novo processo de desenvolvimento humano, capaz de combinar a economia com a equidade social e a conservação da natureza. Ganhamos as eleições, o povo abriu caminho para o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA).
Mergulhamos fundo nessa aventura humana seguindo as pegadas de Chico Mendes, chamamos a atenção dos esperançosos por um mundo melhor.
Houve resistências e enfrentamentos, normais para quem arrisca a dar o primeiro passo de uma longa caminhada.
Avançamos no tempo, intuíamos que encontraríamos Papa Francisco numa curva do futuro. Pois não é que aconteceu, as ideias e lutas de ontem, do tempo do PDSA, foram trazidas para o presente e para o mundo com o nome de Laudato Si, a Encíclica do Desenvolvimento Sustentável do Papa Francisco.
Agora! Mãos à obra!
*Escrito pelo senador João Capiberibe