Na próxima segunda-feira, 8/6, às 11h, dando continuidade ao ciclo de comemorações do centenário de nascimento de Carlos Mariguella (2011), será a vez de o Senado Federal homenagear, em Sessão Solene, um dos principais ícones da luta pela democracia no Brasil.
A homenagem ao líder do PCB e da Ação Libertadora Nacional e ex-deputado é organizada pelo mandato do senador João Capiberibe (PSB-AP), que também pertenceu à ALN, nos anos de chumbo.
A sessão, que promete ser emocionante, contará com as presenças de Clara Charf, companheira de Marighella desde 1948, e Carlinhos Marighella, seu filho. Ambos se dedicam incansavelmente à sua memória, para assegurar que o Brasil nunca se esqueça de sua luta às causas da democracia. Durante o evento será lançado o livro Rádio Libertadora – A Palavra de Carlos Marighella, de Iara Xavier.
Biografia
Carlos Marighella, nascido em Salvador, Bahia, em 5 de dezembro de 1911, foi considerado inimigo número 1 da ditadura militar, pela qual foi duramente perseguido e assassinado em 1969.
Inicialmente filiado ao Partido Comunista do Brasil – PCB, Carlos Marighella foi um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar. Também era poeta e, por causa de um poema criticando o interventor Juracy Magalhães, foi preso pela primeira vez. Foi novamente preso em 1º de maio de 1936 e torturado pela polícia de Filinto Müller por criticar o governo de Getúlio Vargas. Fica um ano preso. Solto, entra para a clandestinidade. Sempre combatendo as ditaduras brasileiras, em 1939 é preso novamente e fica encarcerado até 1945. Foi eleito Deputado Federal Constituinte em 1946 pelo PCB baiano.
Em maio de 1964, após o golpe militar, é baleado e preso por agentes do Departamento de Ordem Política e Social – DOPS dentro de um cinema, no Rio de Janeiro. Em 1965 foi libertado por decisão judicial. No ano seguinte opta pela luta armada contra a ditadura, escrevendo ‘A Crise Brasileira’. Em agosto de 1967, participa da I Conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade, em Havana, Cuba, a despeito da orientação contrária do PCB. Ainda em Havana, escreve ‘Algumas questões sobre a guerrilha no Brasil’, dedicado à memória do comandante Che Guevara e publicado pelo Jornal do Brasil em setembro de 1968. Em fevereiro de 1968 funda o grupo armado Ação Libertadora Nacional – ALN. Em setembro de 1969, a ALN participa do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, juntamente com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro – MR-8.
Em 4 de novembro de 1969, Carlos Marighella foi assassinado a tiros por agentes do DOPS, em uma emboscada chefiada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, na alameda Casa Branca, na capital paulista.