O senador João Capiberibe (PSB-AP), participou na última sexta-feira, 24, de uma roda de conversa com estudantes e militantes do coletivo Levante Popular da Juventude.
O objetivo foi debater a situação da educação no Brasil e nas universidades no cenário do pós-golpe de 2015, devido à ofensiva do governo Temer (PMDB) de congelar investimentos sociais e reduzir recursos destinados ao ensino superior no país.
O evento aconteceu no redário da Radio Universitária da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e contou com a presença da vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Jessy Dayane, que falou da importância do mandato do senador Capiberibe no combate à agenda do governo Temer que retira diretos do povo, promove o desmonte nas universidades públicas e ataca a juventude brasileira.
“Estamos vivendo uma onda conservadora no país que ataca os direitos dos mais pobres e da juventude e compromete a democracia”, disse Jessy Dayane.
Capiberibe, que é coordenador da Frente Parlamentar Suprapartidária pelas Diretas Já no Congresso Nacional, lembrou que o país passa por um momento delicado de aprofundamento da agenda neoliberal e do programa econômico que não foi escolhido pelas urnas. O senador também denunciou a tentativa de um novo golpe contra a democracia que pode comprometer a realização das eleições de 2018.
Educação no pós-golpe
O senador fez um resgate histórico da formação política do estado brasileiro e lembrou que a educação sempre foi privilégio de poucos, mesmo após a abolição da escravidão e da proclamação da República.
“A educação no país sempre foi privilégio de uma elite que sempre usou seu poder para impedir que o povo tivesse acesso ao conhecimento e, consequentemente, tivesse consciência política para mudar a sociedade”, lembrou Capiberibe.
Para o senador, a única forma de combater o desmonte do estado brasileiro em curso é a mobilização e organização da sociedade através das novas tecnologias, dos aplicativos de mensagens instantâneas e pelas redes sociais.
O socialista afirmou que o golpe de 2015 partiu de uma elite poderosa que não tolera os avanços sociais e que agora, por meio de um governo ilegítimo e sem apoio popular, quer retirar todos os direitos sociais e democráticos conquistados na Constituição de 1988 e ao longo dos anos.
“Somente o povo organizado nas redes e nas ruas é capaz de frear o avanço do golpe e da ruptura democrática que ameaça até mesmo a realização das eleições de 2018”, defendeu Capiberibe.
O evento também contou com a presença de Geovane Granjeiro (presidente da CUT-AP); professora Ivaneia Alves (Direção da CNTE) e da doutora Camila Risso Sales que é cientista política e professora do Curso de Ciências Sociais da Unifap.