O fascismo no Brasil se manifesta através de instituições como o Senado, que mantém uma maioria parlamentar de direita, que não leva em conta os movimentos populares e os interesses do povo, afirmou nesta sexta-feira (13) o senador brasileiro João Capiberibe.
Durante uma apresentação destacada no 1º Encontro Internacional Antifascista, que acontece em Caracas, no Teatro Principal, Capiberibe explicou que apesar de a Constituição do Brasil, promulgada em 1988, consagrar os direitos de grupos historicamente marginalizados, como as comunidades indígenas e os camponeses, que lutam para serem reconhecidos, pouco é feito nesta matéria devido à falta de vontade política no campo legislativo.
“O Brasil é um país que temos que ter atenção especial, pois tem um sistema político final. Hoje, o governo do partido dos trabalhadores depende para governar de uma base parlamentar que não tem. Por isso, é impedido de fazer as alterações que demandam da sociedade”, disse Capiberibe.
Ele lembrou os protestos populares que ocorreram nas cidades mais importantes do Brasil, nos últimos meses, por milhões de pessoas exigindo reformas diretas para o governo federal em vários serviços públicos.
Para o líder político socialista é “assustador” como no seu país as instituições públicas são usadas para manter a desigualdade social.
Apesar da situação no seu país, Capiberibe expressou a sensação de esperança de ver o fortalecimento do sistema democrático, após a chegada da Revolução Bolivariana na Venezuela.
“A semelhança entre a experiência chilena de Salvador Allende e a venezuelana de Hugo Chávez, é que ambos acreditavam firmemente na democracia com participação popular como um instrumento para a construção do socialismo,” disse o senador, recordando que o fórum antifascista é realizado no país na semana onde se completam 40 anos do golpe militar perpetrado por Augusto Pinochet contra Allende.
Matéria da AVN/tradução Chico Bruno