O coordenador da Frente Suprapartidária por Eleições Diretas Já, senador João Capiberibe (PSB-AP), afirmou nesta sexta-feira (16), durante ato da JSB no 55º Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE), que o país atravessa uma profunda crise de representação política que, por sua vez, está contaminada pelo poder econômico.
“A crise que estamos enfrentando é a crise da representação política. Vocês estão assistindo na televisão e vendo nas redes sociais os desvios de dinheiro público para investimentos em campanhas eleitorais. Quem tem o controle político, tanto do Executivo, quanto do Congresso, é o poder econômico, é o capital financeiro. Como nós vamos sair dessa? É uma poderosa encrenca, a gente desmontar aquilo que foi montado nos últimos 20 anos”, avaliou.
O socialista relembrou a campanha Diretas Já de 1984, movimento popular de reivindicação por eleições presidenciais no Brasil após o período da ditadura militar. Capiberibe destacou a importância das manifestações daquela época para a construção da atual Constituição.
“Em 1984, começamos uma campanha pequena, humilde e simples, e naquela época não tinha redes sociais. Nós queríamos derrubar a ditadura. A campanha levantou, em todo o país, milhões de brasileiros e brasileiras nas ruas, cheias de entusiasmo, de alegria. Acabamos perdendo para o Congresso, mas ganhamos na política”, relembrou, referindo-se à rejeição, no Congresso, da emenda que previa eleições diretas.
“Foi tão importante o movimento das diretas que depois, em 1986, o Brasil elegeu uma representação muito parecida com a cara do nosso país. O Congresso foi composto de representantes de trabalhadores, de estudantes, da classe média, e esse Congresso, resultado da manifestação das Diretas, entregou ao povo brasileiro a melhor Constituição de todos os tempos”, destacou.
Presente ao ato, o deputado Júlio Delgado (MG) também defendeu que a militância do PSB se engaje pela saída de Michel Temer da Presidência da República. “Esse governo já acabou e nós precisamos da ajuda das militâncias jovem, LGBT, negros e mulheres socialistas. Não podemos deixar nenhum resquício nosso nesse governo, nenhuma digital. E para aqueles que querem ficar pendurados em cargos, a militância tem que responder nos seus Estados, tem que levar a representação socialista pra linha que nós defendemos”, disse.
Reconstrução da política
No momento em que o país atravessa uma de suas maiores crises, a juventude brasileira deve comandar o processo de reconstrução da política, afirmou o secretário nacional da JSB, Tony Secchi. “A nossa juventude se mobiliza para fazer o mais importante, que é debater o nosso futuro do país. E nós não podemos nos omitir, porque neste momento de convulsão nacional, momento em que a juventude deve participar mas, mais do que isso, comandar esse processo de formação da política brasileira,” defendeu.
O presidente do PSB em Contagem, René Vilela, disse que o partido deve liderar o processo de “reinvenção” do país. “Com as lideranças nacionais que temos, o nosso partido está em rumo, em procissão. Vamos levar essa posição para todos os municípios do Brasil e fazer o PSB liderar o processo de reinvenção do país, por democracia, por inclusão social, por justiça e por transparência”, declarou.
Fotos: Humberto Pradera
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional