Na última quinta-feira (6/6) foi divulgado o novo relatório do Fundo de População das Nações Unidas da ONU, que reforça a importância das parteiras e parteiros para a atenção ao parto e para salvar as vidas de recém-nascidos e mães e reduzir o índice de natimortos.
Idealizadora do Projeto Parteiras Tradicionais do Amapá, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) destacou, no plenário da Câmara Federal, o reconhecimento que as parteiras e seu ofício recebem do atual Governo do Estado.
“Implantamos, em 1995, o projeto Parteiras Tradicionais do Amapá, que promoveu a inclusão, qualificação e remuneração de mil e seiscentas parteiras. O projeto recebeu o Prêmio Paulo Freire, em 1998. No mesmo ano, realizamos o I Encontro Internacional das Parteiras Tradicionais”, lembrou a socialista.
“O descaso do governo estadual e o preconceito de parte dos profissionais da saúde, entre 2003 e 2010, desmontaram o projeto. Foi retomado, em 2011, pelo governador Camilo – um governo responsável, inclusivo, vanguardista, em concordância com o que defende a Organização Mundial da Saúde, o Fundo de População das Nações Unidas da ONU e, agora, o Ministério da Saúde, pelo programa Rede Cegonha”, destacou Janete.
“É preciso superar o preconceito injustificado, incluir as parteiras tradicionais como parte do serviço público de saúde, humanizar os partos, cuidar melhor das vidas das gestantes e dos bebês. É preciso superar a mercantilização da saúde para alcançarmos uma saúde de maior respeito às sensações, à natureza e maior humanidade”, defendeu a deputada.
O relatório da ONU afirma que parteiras e parteiros “quando educados segundo padrões internacionais e inseridos num sistema de saúde plenamente funcional, (…) podem prover cerca de 90% dos cuidados essenciais para mulheres e recém-nascidos e podem reduzir potencialmente em dois terços as mortes maternas e de recém-nascidos”. Recentemente, as parteiras tradicionais do Amapá receberam cursos de qualificação do Rede Cegonha, programa do Ministério da Saúde.
O Brasil está entre os 73 países pesquisados pelo relatório. Tem profissionais suficientes, mas absolutamente mal distribuídos. Concentram-se nos grandes centros e inexistem nas regiões mais distantes e carentes, aponta a ONU.
O relatório defende a valorização e inclusão das parteiras no serviço público de saúde; o incentivo e a humanização do parto natural. “Esta tem sido nossa batalha desde quando voltamos do exílio, resultado da experiência que conhecemos no Canadá, da necessidade que vimos no Moçambique e da realidade que conhecíamos e aprofundamos o conhecimento no Brasil”, destaca a deputada amapaense.
Na última semana, as parteiras tradicionais do Amapá receberam da Câmara dos Deputados o Prêmio Doutor Pinotti pelo trabalhe de atenção à saúde da mulher.
Ilustração de Mariana Massarini