A Comissão Estadual da Verdade, criada pelo ex-governador Camilo Capiberibe (PSB) para apurar as agressões aos direitos humanos praticados no período da ditadura no Amapá, apresentou à sociedade o relatório final dos seus trabalhos que começaram em junho de 2013.
O documento reúne depoimentos de 38 pessoas, entre homens e mulheres, que foram presas ou perseguidas durante a ditadura militar. O presidente da comissão, Dorival Costa, disse que as histórias relatadas contribuirão para construir a memória do Amapá.
“O relatório traz à tona histórias que iam se perder no tempo. Nós resgatamos para que todos possam lembrar do que aconteceu e se for preciso lutar novamente para que essas atrocidades nunca mais se repitam”, comentou Dorival.
O senador Capiberibe e a deputada federal Janete, ambos do PSB, também relatam o que viveram neste período e disseram que com o trabalho da Comissão foi possível conhecer pessoas anônimas que sofreram naquele tempo e que agora terão sua luta pela democracia reconhecida pela história.
“Depois da ditatura veio a Constituição de 1988 para garantir direitos a todos os brasileiros criando uma rede de proteção. Passamos a viver numa democracia que permitiu o Brasil avançar. Mas hoje, com o impeachment, tudo isso está ameaçado novamente. Atualmente o governo está enterrando os direitos garantidos na Constituição. Estamos vivendo um colapso social e esse relatório serve justamente para mostrar que no tempo da ditatura o cidadão teve seus direitos cerceados, igual como ocorre agora”, resumiu o senador.
João Capiberibe encerrou sua fala com a seguinte mensagem: “Eu confio na nossa capacidade de lutar no presente igual como fizemos no passado, mas não podemos abri mão daquilo que conquistamos”.