A importância da elaboração de uma política nacional de incentivo à produção do biogás foi discutida nesta quarta-feira, 31, em Audiência Pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado.
Participaram o autor do requerimento, senador João Capiberibe (PSB/AP), Roberto Meira Junior, do Ministério de Minas e Energia (MME), Thaís Oliveira, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Rodrigo Chaves, gerente executivo de Engenharia da MAN América Latina (fabricante de caminhões e ônibus), Joachim Werner Zang, coordenador de Pesquisa e Inovação do Instituto Federal de Educação de Goiás, e Volker Niklans, conselheiro para Alimentação, Agricultura e Defesa do Consumidor da Embaixada da Alemanha.
Werner Zang explicou que o biogás é uma mistura gasosa composta principalmente de gás metano (CH4) e é obtido pela digestão anaeróbia, ou seja, sem oxigênio, de matéria orgânica. A produção de biogás pode ocorrer de forma natural, como nos aterros sanitários, ou com a implantação de uma usina de biogás, cujo processo é totalmente limpo e sustentável.
Apesar de ser uma alternativa energética renovável e com potencial de alavancagem da economia que favoreceria a preservação ambiental, as políticas de incentivo à produção do biogás são insignificantes no Brasil. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, 75,9% da energia elétrica do País vêm de hidrelétricas; 8,5% de energia importada; 3,0% de energia nuclear; 4% de gás natural; 1,6% de carvão e derivados; 2,5% de derivados do petróleo; 4,2% de biomassa; e 0,05% de origem eólica.
Para Volker Niklans, o Brasil poderia seguir o exemplo da Alemanha, onde 4,2% da geração de energia são provenientes de biogás, uma das alternativas para a sustentabilidade.
O senador Capiberibe ressaltou que as políticas de uso das energias renováveis no Brasil são ineficientes e, por isto, defende a urgente a elaboração de estratégias para o aproveitamento delas, em nível nacional. “Nós vamos insistir neste debate, porque apesar de ter um alto potencial de fortalecimento da economia, sem agressão ao meio ambiente, as formas de aplicação do biogás são pouco discutidas e difundidas no nosso País” – afirmou Capiberibe.
Aline Guedes