O senador João Capiberibe (PSB-AP) elogiou a decisão do Congresso Nacional de manter a obrigatoriedade de impressão do voto nas eleições brasileiras, relatando um fato que, a seu ver, revela a importância dessa medida.
Ele se referiu ao episódio contado por Victor Hugo Soares no artigo em homenagem à jornalista Sandra Moreira, divulgado no dia 14 pelo jornal Tribuna da Bahia, de Salvador. Victor Hugo conta que durante a apuração das eleições para o governo do Rio de Janeiro em 1982 recebeu um telefone de alguém que estava com Sandra Moreira alertando-o que Leonel Brizola poderia perder a eleição por fraude na apuração. Brizola falou à imprensa internacional; a fraude foi evitada e ele se sagrou governador do Rio.
Para João Capiberibe, isso é um exemplo de que a votação eletrônica pode ser fraudada, já que os hackers invadem até mesmo os computadores do Pentágono e da Presidência da República. Com a impressão do voto, fraudes eleitorais podem ser evitadas, comentou.
— A urna eletrônica, tal qual conhecemos no Brasil, é um voto que chamamos voto a cegas. Votamos, digitamos o número ali, mas não temos certeza para quem vai ser contabilizado esse número. Portanto, acho que a gente corrige uma importante distorção no voto eletrônico. Agora, teremos o voto eletrônico. Continua exatamente igual. E com uma maquininha acoplada à máquina que já conhecemos; ali vai sair o voto impresso. Se caso haja necessidade de auditoria na eleição, através do impresso, isso pode ser comprovado.
Homenagens
João Capiberibe também lamentou a morte de duas mulheres que, segundo ele, se doaram pela causa da democracia brasileira: Iná Meirelles, que era presidente da comissão de verdade de Niterói; e Zilda Xavier Pereira. Ambas lutaram contra a ditadura, foram presas e torturadas. “Faço esse registro para que as gerações do presente entendam o quanto custou a democracia e o quanto a democracia tem feito de bom e de bem para este país”, afirmou.
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Fonte: Agência e Rádio Senado