“Francisco da Silva Camarão, policial civil aposentado e ex-integrante da Guarda Territorial, tinha 68 anos, era natural da cidade de Afuá-Pará, primogênito de uma família de 10 irmãos, filho dos pescadores Deuzanira e Manuel da Silva Camarão, na sua juventude defendeu no futebol o Esporte Clube Macapá e integrou a seleção amapaense de natação assim como sua irmã, também já falecida, Dometila Camarão”.
Leia na íntegra o pronunciamento do senador João Capiberibe (PSB-AP), feito na quarta-feira (16/10), em homenagem ao naufrágio que vitimou 18 pessoas durante o Círio Fluvial de Nossa Senhora, no Rio Amazonas, no dia 12/10/13:
Francisco da Silva Camarão, policial civil aposentado e ex-integrante da Guarda Territorial, tinha 68 anos, era natural da cidade de Afuá-Pará, primogênito de uma família de 10 irmãos, filho dos pescadores Deuzanira e Manuel da Silva Camarão, na sua juventude defendeu no futebol o Esporte Clube Macapá e integrou a seleção amapaense de natação assim como sua irmã, também já falecida, Dometila Camarão.
Casado com Dona Josefa tornou-se pai de cinco filhos: Denilson, Delson, Dilson, Delcival, Delcilene e Delma, avô de 12 netos. Devoto de Nossa Senhora cumpriu o ritual de acompanhar sua esposa em mais um Círio Fluvial, que neste ano teve a participação de 40 embarcações.
“Destemido”, como descrito pelos seus familiares, seu Francisco Camarão, se tornou um dos símbolos inesquecíveis do trágico acidente que levou ao naufrágio do Barco “Capitão Reis I”, no último sábado 12 de outubro, por ter sido àquele que deu a própria vida pela do próximo ao resgatar sua esposa e outras três pessoas, além de ter auxiliado outras a subirem em embarcações, como consta em testemunhos daqueles que agradecem a manutenção de sua vida graças ao “anjo” Francisco, como também será lembrado.
O trágico acidente fluvial, que ocorreu no Rio Amazonas na costa de Macapá, além do seu Francisco Camarão, vitimou outras 17 pessoas entre homens, mulheres e até crianças, se tornou o segundo maior no Amapá em número de vítimas, ficando atrás do Novo Amapá onde mais de 300 pessoas perderam suas vidas.
Para apurar as causas do naufrágio do barco “Capitão Reis I”, que teve as buscas por vítimas pelo Bombeiro encerrada na manhã desta terça-feira (15) com o resgate de dois corpos e, dá assistência aos familiares das vítimas do acidente o Governo do Amapá instalou um Comitê de Crise, e determinou através da polícia civil, abertura de inquérito policial para identificar os possíveis responsáveis da tragédia. A Capitania dos Portos também investigará aos causas do acidente.
Quero deixar registrado nos anais dessa Casa e lamentar com profundo pesar a morte desses brasileiros e brasileiras da nossa região.