Joana Colussi/Zero Hora
Em mais um dia de estoques reduzidos nos postos de combustíveis do Rio Grande do Sul, quem não teve paciência acabou pagando mais caro para abastecer o carro. Com falta de gasolina comum em estabelecimentos da Capital e do Interior, muitos consumidores garantiram o abastecimento com o produto aditivado.
Desde a semana passada, conforme a Petrobras, a distribuição de gasolina no Estado é afetada pelas condições climáticas adversas que impedem a descarga de petróleo no terminal marítimo de Tramandaí. A redução na oferta da matéria-prima fez com que a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, reduzisse a produção diária do combustível – não conseguindo atender às encomendas das distribuidoras.
No posto Petrobras Nilo Palace, na Avenida Nilo Peçanha, em Porto Alegre, a gasolina comum acabou na noite de terça-feira. Ontem, todos os clientes que encostavam nas bombas eram informados de que não havia gasolina tipo C.
– Isso afeta a lucratividade da empresa, pois num dia normal venderíamos 5 mil litros de gasolina. Sem contar que é muito chato dizer para o cliente que não temos combustível, ele pode não voltar mais – reclama o gerente Larri dos Reis.
Acostumado a abastecer o carro três vezes por dia, o taxista Diogo Rozo de Freitas, 27 anos, foi surpreendido quando o frentista o informou de que não havia gasolina comum.
– Não posso ficar perdendo tempo procurando outro posto. Acabei abastecendo com aditivada e pagando mais caro – disse o taxista, que pagou R$ 0,10 a mais por litro.
A reação dos consumidores informados sobre a falta do produto era a mesma: espanto.
– Nunca tinha visto antes. Não acredito que seja questão de problemas climáticos. Para mim, há esquema por trás disso tudo – disse o técnico em eletrônica Ronaldo Volkmer, 43 anos, ao se referir à queda de braço entre o governo e a Petrobras em torno do aumento da gasolina e do diesel.