Senador Capiberibe destacou na tarde desta quarta-feira (11) na tribuna do plenário a sua preocupação em relação à falta de energia no Arquipélago do Bailique, que é composto por 12 mil pessoas em mais de 30 comunidades. Ele explicou que os prejuízos são muitos, pois a comunidade vive da cultura do açaí e da pesca do camarão e não tem como conservar o pescado.
“O saco de açaí de 60 quilos é comercializado em Macapá por R$ 70. Lá, na comunidade distante, eles não alcançam mais do que R$ 15,20. É impossível sobreviver com uma receita dessa. É a única moeda de troca que eles têm. O camarão também é outra riqueza, só que, sem energia elétrica, tanto o açaí quanto o camarão não podem ser conservados. Então eles vendem o quilo do camarão a R$ 5, isso quando encontram comprador”, afirmou o senador.
Capi explicou que a situação é grave porque a falta de regularidade no serviço estaria relacionada à fiação, que está presa em árvores. “Os cabos foram colocados em postes abaixo do nível da copa das árvores na mata e acabam rompidos com a queda dos troncos. Além disso, a todo momento os galhos tocam os fios, causando curto-circuito e a interrupção do fornecimento de energia”, explicou.
Preocupado com a situação do Arquipélago do Bailique, o senador Capiberibe enviou ofício para a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), para o Ministério de Minas e Energia e para a Eletronorte, com o objetivo de encontrar uma solução viável e imediata para o problema. A CEA indicou que a recuperação do linhão custa R$ 23 milhões.
Quando foi governador, Capi deixou energia elétrica 24h, e quando o ex-governador Camilo assumiu em 2011, o Bailique estava há três meses sem energia e foi reestabelecida. A saída para resolver o problema é a implantação de energia solar, mas o governo se recusa a avaliar uma proposta neste sentido.
João Capiberibe chegou a pensar num projeto de lei para obrigar o governo a incentivar a implantação de projetos de geração de energia solar, com o objetivo de garantir o fornecimento de eletricidade a essas comunidades isoladas.
Ele informou que, em Oiapoque, uma empresa privada, com apoio do governo francês, instalou 4 megawatts de energia solar, beneficiando 4 mil pessoas de uma comunidade.
Texto: Agência Senado e Ascom senador Capiberibe