Desde o início deste mês que o Governo do Amapá, a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), está com as contas bloqueadas até o valor de R$ 730,069,67. Isso porque a Secretaria de Estado da Saúde não adquiriu, desde 2015, dois equipamentos de videoartroscópia, indispensáveis à realização de cirurgias ortopédicas na rede pública.
Detalhe: em 2017, por meio de emenda, o senador João Capiberibe (PSB) alocou recurso para compra aparelhos, mas o Estado não conseguiu efetivar a compra. Para 2018, conforme consta no site do Fundo Nacional de Saúde (FNS), o parlamentar socialista disponibilizou o valor de R$ 1 milhão para a compra de dois aparelhos, cujo valor unitário é R$ 500 mil.
A Ação que resultou no bloqueio da conta do Estado foi ingressada após vários pacientes denunciarem a situação ao Ministério Público. Um deles, tentou por nove meses conseguir consulta e cirurgia para resolver seu problema de saúde no joelho esquerdo, mas não foi atendido pela completa falta de estrutura na rede estadual de saúde para realização de cirurgias ortopédicas.
Pelo tempo que a rede pública de saúde está sem o equipamento, foi constatado a omissão do Estado no fornecimento de atendimento adequado à população. Segundo a Ação, o dinheiro que é gasto com hospitais particulares para a realização dos exames e consultas deveria ser investido na aquisição dos aparelhos.
Mais descaso
Ainda como resultado de emenda do senador Capi, a Secretaria de Estado da Saúde comprou em agosto do ano passado três aparelhos de videolaparoscopia. Por falta de insumos, como pinças, os mesmos não foram instalados.
Com o uso desse equipamento o médico não faz mais grandes incisões no paciente. São feitos somente quatro pequenos furos no abdômen e com o auxílio de um monitor, o cirurgião leva a câmera por entre os órgãos do paciente e faz a operação. Na rede particular o preço desse tipo de operação, como retirada de vesícula, baço ou apêndice, varia de R$ 5 a R$ 10 mil.