O senador João Capiberibe (PSB/AP) conversou na manhã desta quarta-feira (23) na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal (CCJ) com o ministro João Otávio de Noronha, Corregedor Nacional de Justiça, sobre a ameaça de extinção ou transferência de subseções judiciárias da Justiça Federal de 1º grau do Estado do Amapá, localizadas no Oiapoque, Laranjal do Jari e a 4ª Vara Criminal de Macapá. Ele apelou ao ministro da importância dessas varas federais, inclusive por estarem localizadas em regiões isoladas e de fronteira.
O corregedor explicou ao senador Capiberibe que provavelmente serão apenas remanejamentos físicos, a fim de facilitar o acesso e proporcionar um melhor atendimento jurisdicional à população dessas localidades. Capiberibe tomou essa iniciativa de conversar com o ministro por reconhecer a importância dessas varas federais para os amapaenses e devido ao grande apelo de representantes da classe jurídica, além disso vale ressaltar que essas varas são a presença do Estado brasileiro em áreas geograficamente importantes.
Capiberibe também já protocolou requerimento para realização de Audiência Pública na CCJ do Senado, com a presença do Corregedor Nacional de Justiça, de Juízes Federais, Procuradores da República, Defensores Federais e Delegados lotados no Amapá, a fim de que o CNJ exponha de forma concreta seu real objetivo. “O meu dever é defender os interesses do povo do Amapá, então precisamos saber as reais motivações do CNJ para propor essas mudanças”.
Voto Impresso – Também na CCJ do Senado, Capiberibe cobrou do presidente da Comissão, senador Edison Lobão (PMDB/MA), para que coloque em votação o Projeto de Decreto Legislativo do Senado (PDS) nº 21, de 2018, que zela pela preservação da competência Legislativa do Congresso Nacional em face das atribuições da Justiça Eleitoral, no que se refere ao cumprimento da lei aprovada pelo Congresso Nacional acerca da implementação do voto impresso. Capiberibe é relator do projeto e o senador Lasier Martins (PSD/RS) o autor.
Edison Lobão disse que o projeto não entrará na pauta por agora. “Não tem uma opinião favorável ao encaminhamento dessa matéria no momento. Nós estamos às vésperas de uma eleição, de um pronunciamento soberano do povo, e entende-se que essa matéria, tratada agora poderá tumultuar as eleições deste ano. Além disso, essa impressão do voto, transformada em lei, teria que exigir uma alteração profunda no sistema de informática do Tribunal”.
Capiberibe por sua vez, justificou que é preciso ter zelo pelo cumprimento da lei, porque essa é uma função do Parlamento e a Lei nº 13.165, de 29 de setembro de 2015, determina a implantação do voto impresso nas eleições brasileiras a partir de 2018. “O objetivo é que os senadores possam debater, até porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teve quase três anos para cumprir a lei, que foi aprovada em 2015, tempo suficiente para que o Tribunal a cumprisse. Nós estivemos com o Ministro Luiz Fux, que nos disse que, se ele estivesse antes no TSE, ele teria cumprido aquilo que a lei determina”.