A saída totalitária para a crise política e ética do País é inaceitável numa Nação Democrática. Por isso, repudiamos a gravíssima manifestação do general chefe da Secretaria de Economia e Finanças do Exército Brasileiro, Hamilton Mourão.
A intervenção das Forças Armadas sobre as instituições da República defendida por ele, um novo golpe militar, desrespeita os regulamentos disciplinares da Força, fere a Constituição e ameaça a Democracia.
O episódio, acontecido numa reunião em Brasília, sexta-feira, 16, é ainda mais grave porque o general Mourão afirma que suas posições correspondem às do Comandante Geral e do Alto Comando do Exército, como se falasse em nome da Força.
Em outubro de 2015, ao fazer manifestação com o mesmo teor antidemocrático, este general foi punido com a perda do Comando Militar do Sul, confirmando o isolamento de sua posição totalitária.
A nova manifestação antidemocrática merece providências urgentes do Comando-Geral do Exército e do Ministério da Defesa, confirmando o compromisso das Forças Armadas com a Constituição e a Democracia.
Da mesma maneira, preocupa a omissão do atual governo ao não opor-se diante deste fato gravíssimo.
O Brasil precisa fortalecer o processo democrático, suas instituições e o combate incansável à corrupção; precisa tratar como inquestionável a decisão popular e a soberana das urnas, com realização de eleições diretas, para reatar-se com o processo eleitoral e democrático, rompido em 2016. Os regimes totalitários nos legaram atraso e retrocesso ainda não totalmente superados, para o quê devemos direcionar nossos esforços.
A democracia se fortalece com participação popular, ética e transparência. Não abrimos mão de nenhum dos nossos direitos cidadãos em nome ou por imposição de quem quer que seja.
Senador João Alberto Capiberibe (PSB/AP)
Deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP)