João Capiberibe*
De Cabral até nossos dias, uma parte significativa da riqueza nacional foi perdida nos labirintos da burocracia estatal ou enriqueceu políticos e empresários inescrupulosos através de negociatas inconfessáveis.
Mas o que fazer? Como parar essa sangria que vitimiza milhares de brasileiros, sobretudo, os mais pobres? Só existe uma resposta para esse desafio: a Gestão Compartilhada, ou seja, a participação ativa da população na gestão da coisa pública.
Mas isso é possível? Com o advento das tecnologias de informação e comunicação, essa utopia se transformou em realidade.
Com a implantação da lei 131/2009, conhecida com a Lei da Transparência, de nossa autoria, os Portais de Transparência foram criados e passaram a ser utilizados pelos órgãos de fiscalização, imprensa e sociedade.
A utilização das redes sociais virtuais, principalmente o WhatsApp e o Facebook, possibilitam uma interação entre todos os atores envolvidos na fiscalização da aplicação dos recursos públicos.
No Amapá, por exemplo, o controle social está sendo feito por moradores interessados na execução de obras que trarão melhorias para o coletivo da população.
O Gestão Compartilhada é uma experiência de efetivo controle social da execução orçamentária de cada obra ou serviço através de ferramentas disponíveis na internet.
É um modelo pioneiro de acompanhamento da aplicação do dinheiro público que diminui a distância entre governo e população, facilita a fiscalização e o controle dos gastos e, ainda, é o caminho para que todos combatam a corrupção.
*Ex governador e senador do Amapá