Transparência e controle social são luz no fim do túnel no “mar de lama”
Transparência e controle social é a aposta para 2016 João Capiberibe Cheguei a colocar em dúvida se a humanidade sobreviveria a seus próprios desatinos, no entanto com os acordos da COP 21, que muda a matriz energética e a Encíclica Verde do Papa Francisco, que influencia o mundo católico, passamos a vislumbrar uma luz no fim do túnel pelo menos no meio ambiente. Infelizmente não vislumbro o mesmo para o Brasil, que se encontra atolado na lama da corrupção. Além disso, o governo central opta pela gastança e a classe política olha apenas para o umbigo.Depois de 28 anos, o Congresso Nacional, em raro momento de lucidez, aprova a auditoria da dívida pública com participação da sociedade civil. Um débito que consome 50% do orçamento da União e só favorece aos rentistas. Mas, infelizmente a presidente Dilma Rousseff vetou a iniciativa salutar ao país. Uma atitude inexplicável.A saída é derrubar esse veto, que complica, ainda mais, a relação do Governo Federal com o Congresso Nacional.Em particular, no Amapá, estado que represento no Senado, não deve ser diferente, a não ser que a classe política entenda que para o Estado só resta o caminho do desenvolvimento sustentável. 2016 será um ano de dificuldades, pois se tem o processo de impeachment da presidente da República, cujo desenrolar é imprevisível e uma economia, que diariamente submerge por falta de planejamento, tocada de forma voluntariosa por ações de marketing, enquanto a inflação gera o desemprego e a corrosão dos salários. Não se deve esquecer que a novela sobre o futuro de Eduardo Cunha na presidência da Câmara não terminou. Não se pode escamotear que a Nação está imersa na lama da Samarco e a da Lava Jato. A tormenta que destrói a economia deve piorar em 2016, e o azul no horizonte pode estar mais distante do que se imagina. Mas, ainda assim, enxergo na transparência pública e no controle social um vagalume no fim do túnel com o surgimento, em decorrência da Lei Complementar 131/2009, de movimentos nas redes sociais para acompanhar os gastos públicos, como o FiscalizaBr.O conjunto da política nacional não ata, nem desata, de tal forma que tudo leva a crer em movimentos como o FiscalizaBr em 2016.