“Na verdade a atitude de Brahuna faz parte de uma estratégia da oposição: não importa o motivo da prisão, o que importa é tentar prender um secretário de saúde do governo atual para tentar nivelá-lo ao governo anterior e retirar do discurso do governador Camilo o fato de que em seu governo nenhum secretário foi preso”.
Leia na íntegra o artigo do senador João Capiberibe:
Brahuna, o desembargador investigado pelo CNJ, que nunca mandou prender nenhum corrupto, resolveu sair da letargia e mandar prender um homem de bem. O secretário de saúde do governo do Amapá é um velho conhecido dos usuários da saúde do Amapá. Quando deixei o governo em 2002 ele era secretário de Saúde e o SUS ficou organizado, atendendo de forma satisfatória. Naquela época a população reconhecia que a saúde funcionava.
De lá para cá muitas coisas mudaram. Nos primeiros oito anos depois de meu governo, a população aumentou mais de 240 mil pessoas e os espaços de atendimento continuaram os mesmo, naqueles oito anos, entre 2003 e 2010, nenhuma parede foi construída no sistema de saúde do estado do Amapá. Quatro secretários daquele governo, conhecido como governo da “harmonia”, liderado por Waldez Góes, foram presos por decisão da Justiça Federal por desvio de recursos públicos. O SUS foi desmontado, o dinheiro da saúde pública foi drenado para a saúde privada, o caos se estabeleceu. Enquanto aquela atrocidade acontecia, boa parte da imprensa se calava alimentada por gordas verbas públicas.
Em 2011, Camilo Capiberibe assumiu o governo decidido a colocar em pé o SUS, e é exatamente isso que está fazendo, levantou as necessidades, planejou, elaborou os projetos, correu atrás e garantiu os recursos necessários, agora toca dezenas de obras na área de saúde, o que assusta seus adversários.
Sua decisão de reorganizar o sistema o levou a pedir colaboração de muita gente e todos os seus ex-secretários fizeram das tripas coração pra fazer avançar o Sistema, deram inestimável contribuição. Por último Camilo Capiberibe chamou o experiente Jardel Nunes para continuar a peleja até lograr o patamar de atendimento de 2002, e claro, seguir adiante, avançar, para atender os compromissos que assumiu com o povo.
Jardel não é homem de se deixar intimidar pelo tamanho do desafio, arregaçou as mangas, pôs a mão na massa e começou a dar respostas. Correu atrás de parcerias, agilizou compra de medicamentos e correlatos, agilizou pagamentos de fornecedores, e está jogando duro com quem se recusava a trabalhar. Parece que a atitude do secretário e a proximidade do período eleitoral estão sendo suficientes para acender a luz vermelha dos adversários, que passaram a contar, como já aconteceu no passado, com a colaboração do desembargador investigado pelo CNJ Constantino Brahuna, autor de dois pedidos de prisão contra o secretário Jardel Nunes em um curto espaço de tempo que beiram o absurdo.
Na verdade a atitude de Brahuna faz parte de uma estratégia da oposição: não importa o motivo da prisão, o que importa é tentar prender um secretário de saúde do governo atual para tentar nivelá-lo ao governo anterior e retirar do discurso do governador Camilo o fato de que em seu governo nenhum secretário foi preso. Um fato novo aumenta minha convicção: o aparelho que deu origem ao pedido de prisão já chegou ao Amapá, mas mesmo assim o magistrado não retrocedeu em sua decisão. Tudo isso me leva a concluir que trata-se de uma decisão política.
Na foto: Jardel Nunes, o ministro da Saúde Arthur Chioro e o senador João Capiberibe.