Na próxima segunda-feira (31/3) o senador João Capiberibe (PSB-AP) preside a Sessão Especial: 31 de março de 1964 – O dia em que mergulhamos nas trevas. A data marca os 50 anos do golpe civil-militar no Brasil.
Para a mesa de debate foram convidados:
– Waldir Pires – Consultor-Geral da República no governo deposto de João Goulart;
– José Maria Rabelo – Jornalista, diretor do jornal Binômio (BH), obrigado a se exilar com a família após o golpe;
– Eugênia Zerbini – Advogada, filha de um general contrário ao golpe militar, foi violentada por militares, ainda adolescente, à época da cassação do pai;
– Flávio Tavares – Jornalista, foi um dos presos políticos trocados pelo embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick;
-Janete Capiberibe – Deputada federal, foi presa grávida durante a ditadura. Organizou a fuga de seu companheiro João Capiberibe da prisão;
– Marcos Magalhães – Professor da UNB, historiador. É especialista no período do regime militar.
Na abertura do evento, às 11h, no plenário do Senado Federal, será exibido o documentário “O dia que durou 21 anos”, de Camilo Tavares. Com documentos secretos e gravações originais da época, o filme mostra como os presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson se organizaram para tirar o presidente João Goulart do poder e apoiar o governo do marechal Humberto Castelo Branco.
Lembrar para garantir!
Perseguido, preso e torturado durante o período militar, Capiberibe ressalta que, embora o regime militar tenha acabado há 30 anos, o processo democrático está em desenvolvimento: “Antes da ditadura tínhamos um país menos desigual. Hoje ainda arcamos com um legado fruto da corrupção, que era consentida, organizada e a sociedade não tinha direito de criticar. Não havia como denunciar qualquer desvio porque isso era considerado subversão. A corrupção na ditadura era maior e menos visível”.
O senador enfatiza a importância da memória como instrumento de luta: “É uma honra conduzir um debate com pessoas como essas que estarão presentes à sessão, de histórias tão especiais. Essa data, apesar de trazer recordações tristes, muito duras e de indignação, dever sempre ser lembrada para que as novas gerações lutem sempre pela manutenção da democracia e da liberdade. É muito bom poder constatar que inúmeros debates como esse estão acontecendo em todo País”.
A Sessão Especial será aberta ao público.