Do site do Clic RBS – O lançamento do livro será nesta segunda-feira, às 19h, na Livraria Cultura do Bourbon Shopping Country (Avenida Túlio de Rose, número 80).Trata-se do seguinte: entre 1970 e 1974, o hoje senador João Capiberibe (PSB-AP) e sua família viveram uma emocionante e perigosa epopeia pela América do Sul. João, Janete e a filha Artionka, ainda um bebê, conseguiram escapar de Belém, no Pará, e chegar a Santiago, no Chile, sempre com os agentes da ditadura militar brasileira em seu encalço.No meio do caminho, a aventura e a família ganhariam novos e frágeis integrantes, os gêmeos Camilo e Luciana. Juntos, eles atravessaram florestas por rios e estradas, viajaram a pé, de barco, caminhão, avião e ônibus, sem documentos, dinheiro ou pertences, fugindo da morte e buscando um Brasil mais justo e democrático.- Fazia tempo que eu ensaiava escrever essa história – diz Capiberibe. – Entre amigos, quando se falava dos anos de chumbo, alguém quase sempre pedia que falasse da minha experiência pessoal. De tanto insistirem, terminei considerando a hipótese de escrevê-la.A gestação do livro levou cerca de quatro anos, de julho de 2009 a maio de 2013.
O compromisso foi acentuado quando Capiberibe observava, certa vez, um recorte amarelado de jornal de 1970 com a manchete “Perigoso subversivo caçado pelos federais”, acompanhada de duas fotos, de frente e de perfil, do jovem João Capiberibe. Ele diz que, para honrar a promessa de escrever o livro contou, ainda, com o socorro de amigos que ajudaram a avivar sua memória. Hoje, Capiberibe até zomba dos riscos de sua epopeia.- Sou como todo mundo: quando me distancio do perigo, tendo a desdenhar dele. Mas minha satisfação com a vida é tamanha que me permito fazer troça com páginas viradas pelo tempo – explica.Além de apresentar ao leitor momentos tensos e também os de alegria da jornada que se inicia na prisão e termina no exílio, o livro traça um rico panorama das lutas contra governos ditatoriais em todo o mundo.Capiberibe, nascido em Afuá, Ilha de Marajó (Pará), em 1947, teve contato com a Ação Libertadora Nacional (ALN) quando estudou Economia. Em 1970, foi preso pela ditadura civil-militar. Em 1971, empreendeu uma fuga do presídio que o levou, depois de uma passagem por Bolívia e Peru, ao Chile de Salvador Allende.Com o golpe de Estado de Pinochet, conseguiu asilo político no Canadá, onde se formou em zootecnia. Em 1978, foi para Moçambique trabalhar como cooperante internacional e assessor do Ministério da Agricultura. Retornou ao Brasil no final de 1979, após a Anistia. Em 1984, foi secretário do Desenvolvimento Agrário em Cruzeiro do Sul, Acre, e de 1985 a 1987, secretário de Agricultura do Amapá. Elegeu-se prefeito de Macapá, em 1988, e governador do estado do Amapá, em 1994, sendo reeleito em 1998. Suas gestões implementaram programas de governo baseados nas diretrizes da Agenda 21, pautada pelo desenvolvimento sustentável. Foi eleito senador pelo Amapá, em 2002, e reelegeu-se em 2010, é autor da Lei Complementar 131/2009, conhecida como Lei da Transparência.
InícioPostado por Leo Gerchmann, às 7:29