Em entrevista ao programa de rádio “Luís Melo Entrevista”, o senador João Capiberibe (PSB) disse nesta terça-feira, 27, que o acordo Brasil-França, que vem sendo articulado desde abril de 2006, beneficiará todo o povo do Amapá. Na ocasião, ele era governador do Amapá e assinou, juntamente com os presidentes Jacques Chirac e Fernando Henrique Cardoso, um documento que permitia o início do diálogo para tratar deste assunto. O senador usou o espaço na rádio para contrapor os argumentos do deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT), que no dia anterior disse ser contrário ao acordo e estranhou que as lideranças do PSB no Amapá apoiassem a ideia. Confira alguns trechos da entrevista. – O acordo entre o Brasil e a França não acrescenta nem mais e nem menos naquilo que a legislação brasileira já contempla. O fato de dizer que vai permitir que a polícia francesa entre em território brasileiro é balela, invenção, isso não existe. O que existe é cooperação como já acontece em outras áreas. – O grande prejudicado com o atraso na assinatura deste acordo não são os garimpeiros do Lourenço ou os garimpeiros do Amapá, até porque nós não temos garimpo clandestino. Não nos afeta. O acordo não afeta em absolutamente nada. Os grandes afetados pelo atraso é o povo todo do Amapá. Os grandes prejudicados são os moradores do Oiapoque, que esperam há muitos anos uma carteira “transfronteiriça”, que vai permitir circular de um lado para o outro. – Quando o acordo for assinado o Congresso homologa e abre o caminho pra derrubar o visto pra Guiana. Porque não tem sentido. Qualquer brasileiro pode entrar na França, ir para Paris, ir para qualquer lugar da França sem o visto, mas para entrar na Guiana precisa de visto. Os empresários da Guiana e os empresários amapaenses estão limitados em seu ir e vir por causa do visto. A ponte vai ser inaugurada possivelmente em dezembro, então não dá mais pra atrasar o progresso. – No Amapá nós não temos garimpo clandestino, nós combatemos o garimpo clandestino lá atrás, em 2000, quando eles estavam contaminando rios como Tartarugalzinho e Caciporé, com mercúrio. Nós demos um duro combate, acabamos com isso. Eles querem fazer a mesma coisa e querem nossa cooperação. – As pessoas não podem falar daquilo que não conhecem, mas tem gente que adora falar daquilo que não sabe. É preciso primeiro ler o acordo para depois então manifestar a sua opinião.
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