Artigo de *Yuri Gazel
A Rede Record de Televisão é condenada a pagar multa por calúnia e por ter exibido no dia 13/9/2006, no programa Jornal da Record, em rede nacional, uma reportagem inverídica que revelava que o então candidato a governador do Amapá pelo PSB, João Alberto Rodrigues Capiberibe, teria “armado uma montagem” em seu programa eleitoral gratuito.
A prática utilizada pela Record se tornou uma dinâmica corriqueira no Estado do Amapá, visando desconstruir a imagem e a honra dos que se opunham à forma de governar da época: através dos meios de comunicação em massa, verdades são distorcidas para mostrar inverdades que quase sempre são de interesse de grupos políticos detentores exatamente dessas mídias.
O Fato
Consta nos autos, de acordo com a gravação do Jornal da Record, que as imagens mostram uma “estranha visita” e um “flagra” da presença do então candidato a governo João Capiberibe. Quem participou dos mandatos de Capiberibe reconhece que avaliação in loco é uma prática natural do parlamentar – o que, aliás, deveria ser da natureza de todos os homens e mulheres que detém mandatos públicos – e que permanece ainda hoje como senador. Em 19/7, por exemplo, Capiberibe chegou em visita ao Centro de Pesquisas do IEPA, no distrito de Fazendinha (AP).
Uma pessoa para ser flagrada tem que primeiro tentar se esconder, ou chegar sem ser percebido. O relato no parecer nos autos da representação 571/2006-TRE, em ação do PSB, requerendo direito de resposta, mostra claramente que não foi assim que ocorreu. Diz o seguinte:
“Nesse contexto, não vislumbrei qualquer situação estranha ou de flagrante que denote ação clandestina perpetrada pelo representado, o qual chegou normalmente ao Hospital, tendo inclusive desembarcado em frente ao portão de entrada do interior de um carro que continha sua propaganda,…”
Consequências
A atitude da Rede Record mostra que os meios de comunicação, que adoram levantar a bandeira da inexistente imparcialidade da imprensa, são, por diversas vezes, instrumentos de imposição de um ponto de vista. O resultado de tudo isso está sendo mostrado nas ruas, pela população rejeitando a grande mídia, sendo algumas emissoras alvos de repúdio. Alguns repórteres tiveram que tirar suas identificações para que não fossem hostilizados.
Existe um novo mundo em construção, tais ações, não fazem parte dele.
*Yuri Gazel é militante do PSB no Amapá