O MPF (Ministério Público Federal) do Amapá cobrou da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) explicações sobre o desabastecimento de álcool e gasolina no Estado.
A agência reguladora tem até o fim da próxima semana para se manifestar ao órgão sobre o assunto.
A falta de caminhões para transportar os combustíveis e de estruturas de armazenagem provocaram a crise de abastecimento dos produtos no Estado.
A capacidade de estoque de gasolina no Amapá é de apenas 4 milhões de litros. Para dar conta do crescimento do consumo, a capacidade de armazenamento do produto teria que ser cinco vezes maior, de acordo com revendedores da região.
Segundo a ANP, a dificuldade para o abastecimento do Amapá se deve ao suprimento de B100 –biodiesel– e do álcool anidro, que são misturados ao diesel e à gasolina, respectivamente.
“Com o aumento da demanda nacional por combustíveis, há dificuldades para a contratação de caminhões para realizar a operação de transferência de biocombustíveis, das unidades produtoras para a base de Belém, que atende o Amapá”, informou a ANP, em nota.
A agência, que garante haver disponibilidade de biocombustível no país, disse estar monitorando a situação. O órgão regulador, porém, não informou se tomará providências punitivas contra distribuidoras da região.
Em nota, a BR Distribuidora e a Ipiranga, que atendem o Amapá, informaram em nota que estão intensificando esforços para garantir o suprimento no Estado. Segundo a BR, o volume comercializado na rede de postos Petrobras está 80% acima das quantidades normalmente vendidas para compensar dificuldades logísticas de outras distribuidoras.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, Alísio Vaz, disse que a situação do abastecimento no Amapá é “preocupante”.
Folha de São Paulo